terça-feira, 27 de julho de 2010

Sonho de uma realidade perdida - Parte 1

Buscando novas alternativas para tratar das desigualdades, hoje traremos a primeira parte de uma narrativa de nossa autoria, referente a esta temática.

Nos próximos dias traremos textos que juntam forma a história que intitulamos como:
Sonho de uma realidade perdida. Esperamos que aproveitem esta narrativa.

O relógio da catedral apontava poucos minutos para as seis da tarde. Um funcionário se preparava para badalar o sino, cujo som ecoaria por toda a cidade, alertando todos os cidadãos do horário que se aproximava. Caminhando a passos largos, com olhar fixo no horizonte, carregando a pasta com os bens utilizados no cotidiano trabalho do escritório, sem direcionar o olhar a qualquer outro ser humano que passasse pela sua pessoa, Zyndal dos Santos saíra do local de trabalho, ansioso para chegar em casa e descontrair-se até o final do dia, quando repousaria para o próximo árduo dia de trabalho. Como característico do auge do inverno, naquele momento o sol quase que já tinha se posto e as luzes dos postes já se providenciavam a fraca luz que iluminaria as calçadas até o próximo amanhecer. Ele já estava a meio caminho de casa. Sua mente apenas preocupava-se com o retorno a moradia. Tão forte tal ideal o fez ignorar o jovem de roupas esparramadas que viera lhe pedir esmola. Nada o tiraria daquele transe que o desprendia do resto do mundo. Não lhe chamava a atenção os meninos da rua nem os mendigos adormecidos que caracterizavam as ruas da metrópole que constituíam o seu trajeto. Uma vez concluída a travessia do trabalho até em casa, tomava banho, jantava, entretinha-se com a televisão ou computador e repousava, sem nenhuma preocupação no mundo.

Talvez por alguma razão de força maior, aquela noite de sono se diferencia de qualquer outra. No momento em que o inconsciente caiu em repouso, e logo surgiu a imagem que o levaria na jornada de sua vida. A escuridão do pensamento logo tomava forma. Aderia cores boreais, cuja nitidez crescia a cada segundo, até tomar a forma do mundo em que o sonho tomaria ação. Zyndal logo havia se materializado naquele espaço. Olhava para os lados e via o triste cenário onde fora abandonado. A fileira de casas precárias presas a um terreno inclinado que subia até os céus, numa imagem que parecia não ter fim. Zyndal encontrava-se numa favela. Olhava para os lados, procurando a saída, não fazendo a mínima idéia do porque de estar lá naquele momento. Mas o esforço era inútil. Assim como para o alto a favela se estendia até o infinito, o mesmo acontecia com a sua descida. Não vendo nenhuma alternativa, pôs-se a explorar o território.

Esperamos que tenham gostado do que foi apresentado até agora. Amanhã, postaremos a segunda parte da história.

Postado por: Alisson Tres e Patrícia

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