quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Charge da semana

Como podemos ver nessa charge, para muitos em todo o mundo não houve presente de Natal, não houve comemoração com ceia, e no ano novo também não haverá. Quantos passam fome e privações enquanto outros tantos desperdiçam comida e não dão valor aos presentes que ganham.
Com as diversas ações de solidariedade, esse quadro vem mudando aos poucos, mas a estrada a ser percorrida é grande e a velocidade está pequena.
Todavia, uma coisa pode ser garantida: um dia chegamos lá.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Charge da semana





A educação pública está cada vez sendo mais ignorada pelos governos, pois é um investimento a longo prazo e requer custos. Ao invés de termos mais professores qualificados e salas de aula com uma boa infraestrutura, se tem salas de aulas com até 50 alunos. Além de prejudicar o aluno está se criando uma grande disparidade entre alunos de escolas particulares e públicas. Não que não exista escolas particulares que visando um lucro maior, aglomeram 40, 45 alunos em um a sala de aula ao invés de simplesmente colocar mais professores. Mas para que ter uma sala de aula com 25 alunos, se podemos diminuir os custos? Esse pensamento não se restringe apenas ao governo, mas sim a muitas escolas particulares. Nessas escolas a qualidade do ensino é prejudicada. Entretanto ainda há uma boa diferença entre algumas escolas particulares e colégios públicos.
Outro tema importante é as cotas no vestibular, as universidades federais em suma maioria colocam alunos de escola pública e alunos de escola particular concorrendo por vagas cada um em seu grupo. Isso mostra que o governo reconhece os problemas existentes na educação e os investimentos parecem não ocorrer, apenas escolas técnicas sem uma boa base ao aluno não adianta nada. Se o Brasil quer ser um país desenvolvido não basta atrair empresas se os funcionários são desqualificados, a solução para a empresa é buscar pessoas de fora. Um país que quer ser desenvolvido tem que começar a investir em educação, apenas assim teremos os resultados que almejamos em uma pátria que já cansou de ser reconhcida como país do futuro.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Desigualdade na Literatura

Hoje iniciamos a nova seção do blog: Desigualdade na Literatura com um poema de um dos maiores poetas da Literatura Brasileira: Carlos Drummond de Andrade

A flor e a náusea

Preso à minha classe e a algumas roupas,
Vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias espreitam-me.
Devo seguir até o enjôo?
Posso, sem armas, revoltar-me''? Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse. Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
As coisas. Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase. Vomitar esse tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema
resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam para casa.
Estão menos livres mas levam jornais
e soletram o mundo, sabendo que o perdem. Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belos, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuída em casa.
Os ferozes padeiros do mal.
Os ferozes leiteiros do mal. Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvo
e dou a poucos uma esperança mínima. Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu. Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor. Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.
Essa poesia foi escrita em um período de guerras, mortes e catástrofes, no entanto se encaixa também no cenário atual de desigualdades mundiais. O mundo tem diversos problemas, muitas pessoas não tem onde morar, o que comer.
Mas é o momento de fazer revolução? Não e nunca será. A história humana nos mostra que a violência e as revoluções geram apenas mais prejuízos e pioram a situação daqueles que são menos favorecidos, sendo que em muitos casos inclusive a repressão feita pelas forças do governo acabam por matar milhares de pessoas.
Todavia surge uma esperança e enquanto esperança permanecer existindo, a humanidade tem como converter o quadro atual, o caminho não é lutar contra o sistema batendo diretamente de frente, mas sim fazer o que estiver a nosso alcance para mudar essa situação sem o uso da força.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Story of my life ( história da minha vida)

Trouxemos hoje uma música descontraída "Story of my life - Social Distortion" a fim de compararmos o depoimento do personagem com as pessoas das quais tanto falamos durante o ano neste espaço.



História da Minha Vida
Bem, o colégio era de fato chato,
Eu não tinha muito interesse em esportes ou
eleições escolares
E na aula eu sonhava o dia todo
com um fim de semana Rock 'n' roll
E a garota na frente da sala, tão perto mas tão longe
Sabe, ela nunca parecia reparar
Que esta tonta paixao escolar
Não era fingimento

A vida passa tão depressa, você só quer fazer o que acha certo
Fecha os olhos e então vira passado
História da minha vida

E eu fui ao meu antigo bairro
As caras tinham todas mudado, não havia ninguem com quem falar
E a piscina pública que eu amava
É agora um Seven Eleven
E eu fui pro centro procurar um emprego
Eu nao tinha treino, nenhuma experiência para falar
Olhei para os buracos no meu jeans
E dei meia volta

A vida passa tão depressa, você só quer fazer o que acha certo
Fecha os olhos e então vira passado
História da minha vida

E os bons tempos vêm e os bons tempos vão
Eu só desejava que os bons tempos durassem
Um pouco mais
Eu penso sobre os bons tempos que tivemos
E por que eles tiveram de acabar
Então sentado na beirada da cama,
Toco a minha guitarra e canto uma canção
De amor proibido
E penso sobre o que você está fazendo agora
E quando estará de volta

A vida passa tão depressa, você só quer fazer o que acha certo
Fecha os olhos e então vira passado
História da minha vida

A música ilustra de forma simples o desenrolar genérico da vida das pessoas, com experiências como o primeiro amor, a rotina colegial, a busca pelo primeiro emprego. Nos traz também a idéia de que a vida passa tão rápido que quando o personagem pisca ja virou passado. No geral nos passa a idéia de uma vida contemporânea normal sem extravagâncias. E porque esta música foi escolhida?
Simples, porque as pessoas das quais tanto falamos e ilustramos aqui, refugiados, africanos,etc., não passam em sua maioria por essas experiências banais. Eles podem até ter o seu primeiro amor, mas não é no colégio, pois muita pouca gente é alfabetizada. E o primeiro emprego muitas vezes não existe porque ao invés de eles terem de trabalhar para sobreviver como nós, eles sobrevivem para então trabalhar. Muitas dessas pessoas não chegam a fase adulta para dizer que a vida passa rápido porque morrem de fome quando ainda são crianças. Essa música diz de forma singela tudo o que qualquer africano ou refugiado queria ter: uma vida pacata.


quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Charge da semana


A imagem escolhida aborta um dos temas mais comentados deste ano: a globalização. Mas será que todos estão a par do que realmente significa globalização?

No sentido literal o processo de Globalização diz respeito à forma como os países interagem e aproximam pessoas, ou seja, interliga o mundo, levando em consideração aspectos econômicos, sociais, culturais e políticos. Com isso, gerando a fase da expansão capitalista, onde é possível realizar transações financeiras, expandir seu negócio até então restrito ao seu mercado de atuação para mercados distantes e emergentes, porém, obtêm-se como consequência o aumento acirrado da concorrência.

Com o trecho supracitado fica evidente que quem possui capital e deseja expandi-lo se beneficia com a globalização. Já quem não possui capital utiliza-se da globalização em busca de empregos que lhes proporcionem uma melhor qualidade de vida. Porém ainda no trecho acima se cita uma das conseqüências da globalização: a concorrência. A procura de emprego esta se tornando cada vez maior e o mercado esta exigindo mais qualificações, excluindo assim muitas pessoas de baixa renda que muitas vezes mal tem dinheiro para se alimentar. Estas pessoas sofrem com a globalização, pois enfrentam uma concorrência desleal. Não existem muitas medidas para mudar a realidade dessas pessoas, tornando os burgueses se não os únicos, os mais beneficiados com a globalização.

Um processo que poderia ajudar de varias maneiras as pessoas de baixa renda, hoje se mostra como uma via de mão única que apenas se dirige àqueles que detêm o capital. E é isto o que a nossa charge tenta ilustrar esta semana, que as classes de baixa renda quando conseguem fazer parte da globalização é através do trabalho, que se torna cada vez mais difícil de ser alcançado devido à baixa especialização dessas pessoas.

Fontes utilizadas: Wikipédia



sábado, 4 de dezembro de 2010

La historia de Juan - Juanes


A história de Juan Juanes
Esta é a historia de Juan
O menino que ninguém amou
que pelas ruas cresceu
buscando o amor, debaixo do sol

Sua mãe o abandonou
Seu pai o maltratou
sua casa foi o beco
sua cama de papelão, seu amigo Deus.

Juan perguntou pelo amor
E o mundo se negou
Juan perguntou pela honra
E o mundo lhe deu desonra

Juan perguntou pelo perdão
E o mundo o machucou
Juan perguntou e perguntou
E o mundo jamais o escutou

Ele só quis jogar
Ele só quis sonhar
Ele so quis amar
mas o mundo o esqueceu

Ele só quis voar
Ele só quis cantar
Ele só quis amar
Mas o mundo o esqueceu

Tão forte foi sua dor
Que um dia o levou
Tão forte foi a dor
Que seu coração se apagou

Tão forte foi seu temor
Que um dia sozinho chorou
tTo forte foi seu temor
Que um dia sua luz se apagou

Ele só quis jogar
Ele só quis sonhar
Ele so quis amar
mas o mundo o esqueceu

Ele só quis voar
Ele só quis cantar
Ele só quis amar
Mas o mundo o esqueceu

Fonte: Vagalume

Comentário sobre a música
Quantos meninos e meninas no mundo não estão nessa mesma situação atualmente? Com certeza muitos. Meninos que desejam uma vida honesta e próspera, que gostariam de ter oportunidades e constituir família, mesmo sem ter uma família como base, e o mundo acaba negando isso a eles.
Muitos desses acabam indo para a criminalidade e vemos os cenários atuais de mortes, assaltos e etc. Também não podemos esquecer da precariedade do ensino público, que se põe como mais um obstáculo para esses muitos meninos.