quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Cepal diz que superar desigualdade na América Latina não é utopia

De Agencia EFE – Há 2 horas

Madri, 7 out (EFE).- A secretária executiva da Comissão Econômica Para a América Latina e o Caribe (Cepal), Alicia Bárcena, disse nesta quinta que a região deve aproveitar seu "bom momento para reconstruir sua malha produtiva" e seguir crescendo, além de ter negado que a superação da desigualdade seja uma utopia.

Alicia participou hoje do I Encontro "Ágora, América Latina. 100 vozes diferentes, um compromisso comum", organizado pela Fundação Internacional e para a região Ibero-Americana de Administração e Políticas Públicas (Fiiapp) e que acontece até amanhã no Jardim Botânico de Madri.

"A região deve aproveitar esta boa época para investir em ações produtivas, em política industrial, em inovação, em tecnologia, em infraestruturas e em um projeto a longo prazo, como a educação", destacou em declarações à Agência Efe, antes de dizer que a região deve "reconstruir sua malha produtiva para poder articular os produtores com as pequenas e médias empresas".

Alicia falou ainda da desigualdade na América Latina e assinalou que o Estado é o único que pode distribuir a renda.

"A redistribuição desta renda deve se feita a partir de programas sociais eficazes", disse, usando como exemplos alguns programas realizados no México e no Brasil, que segundo ela foram capazes de "chegar à pobreza mais dura" da região.

Trata-se, apontou a secretária, de gerar outro tipo de "transferências mais universais", como a previdência a mulheres que trabalharam durante toda a vida em casa sem remuneração, apontando que a mulher hoje em dia "está mais bem preparada" que o homem na América Latina e no Caribe.

Também solicitou investimentos em programas sociais de apoio à infância e em creches, aproveitando para negar que a desigualdade atualmente seja hoje em dia uma "utopia".

Durante o encontro, Alicia participou do debate "Estado e mercado frente à desigualdade", no qual assegurou que a América Latina deve resolver "quatro brechas": a desigualdade social, a tecnológica, a fiscal e o investimento.

"Não é possível que as pequenas e médias empresas, que geram 80% do emprego, não tenham acesso à inovação e ao financiamento", acrescentou.

Para Alicia, "a chave-mestra da igualdade é o emprego decente, e para isso é muito importante a educação".

"Igualdade e democracia são as duas caras de uma mesma moeda", disse a secretária executiva da Cepal.

Comentário sobre a notícia:

Como explanou Alicia Bárcena no artigo supracitado não é impossível superar as desigualdades na América Latina, depende de investimentos e vontade, mas nunca deixou de estar em nossas mãos o poder para combater as desigualdades. Está muito claro que um dos pontos mestres para o combate aos desníveis sociais é um bom emprego, mas até quando será preciso esperar para que estas medidas que sempre estiveram estampadas na cara das pessoas se tornem realidade? O grande problema encontrado por quem luta para combater este mal do século sempre foram as promessas. Tudo pode e será feito, mas sem data definida. Milhares de pessoas morrem a cada minuto de fome, isso não é novidade, neste blog já foram citados "n" dados sobre esta fatalidade, mas enquanto não atingir a quem detém o poder essas promessas não serão tratadas com a urgência que necessitam. Como disse certa vez Karl Marx, não é a consciência do homem que lhe determina o ser, mas, ao contrário, o seu ser social que lhe determina a consciência. Sendo assim quem detém o poder se interessa apenas consigo, enquanto quem vive a mercê do poder alheio tem que se preocupar com as vontades dos donos do capital que interferirão de maneira radical em seu futuro.

Postado por: Patrícia

Fonte utilizada:

http://www.google.com/hostednews/epa/article/ALeqM5gCWXCE7cWQRFENIW0tydaSGId0mw?docId=1380178

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